Albert Fish - Serial Killer Canibal. A Verdadeira Historia do Bicho Papão


Pedófilo, sadomasoquista, assassino em série e canibal norte-americano, esses são apenas alguns dos atributos do cara que ficou conhecido mundialmente como o verdadeiro "Bicho Papão", o Vampiro do Brooklyn, O Homem Cinza (Gray Man), o Maníaco da Lua e o Lobisomem de Wysteria. Uma história que parece ter saído de dentro de um filme de terror. Confira!


Este estuprador de crianças e canibal, se gabava de "possuir crianças em cada estado", e ao mesmo tempo declarou que o número total foi de cerca de 100. No entanto, não se sabe se ele estava se referindo a estupros ou canibalização, nem se sabe se a afirmação era verdadeira. Ele era suspeito em pelo menos cinco assassinatos. Destes, ele confessou três e contou que havia esfaqueado pelo menos duas outras pessoas. Ele foi capturado após vacilar anos depois de matar Grace Budd, de 10 anos de idade, quando mandou uma carta infame à família da garota onde se exibia de seus feitos. Ele foi condenado e executado por cadeira elétrica. Mas agora você poderá conhecer a história inteira desde cara maluco que tinha obsessões religiosas e se justificava através de sua Fé distorcida.

(01) A Infância do Bicho Papão

Casa onde morou Albert Fish, na época dos assassinatos

Seu nome verdadeiro era Hamilton Howard Fish, nasceu em Washington D.C., na capital dos Estados Unidos, em 19 de maio de 1870. Seu pai, capitão de um barco fluvial e também fabricante de fertilizantes, era 43 anos mais velho que sua mãe (tinha 75 anos quando Fish nasceu); era americano, de ascendência inglesa, e sua mãe era escocesa-irlandesa americana. Fish era o mais novo dos 4 filhos do casal (Walter, Annie, Edwin e Hamilton).

Aos 5 anos de idade, perdeu seu pai, que faleceu após um ataque cardíaco. Sua mãe, sem meios de sustentar o garoto, deixou-o em um orfanato, onde ele era frequentemente agredido. Fish acabou descobrindo muito cedo que gostava da dor física (masoquismo) e começou a ter ereções quando batiam nele. Isso foi sua porta de entrada para o Sadomasoquismo. Sobre este período de sua vida, ele declarou: "Eu morei lá (no orfanato) até quase completar 9 anos de idade e foi aí que eu comecei errado. Nós éramos impiedosamente agredidos. Eu vi meninos fazerem coisas que não deveriam ter feito". Em 1880, sua mãe finalmente conseguiu um emprego no Governo e foi capaz de remover o garoto do orfanato.

Após a morte de um de seus irmãos e depois de conseguir escapar das monstruosidades do orfanato, Hamilton Howard Fish desejou mudar seu nome para Albert Fish, nome pelo qual ele ficou famoso no mundo inteiro através de seus feitos. Ele se justificou nessa mudança de nomes dizendo que odiava um apelido que os garotos lhe deram lá: "Ham & Eggs", um trocadilho com seu nome verdadeiro que sugeria o recheio de um lanche "Presunto e Ovos".

Contam que certo dia, por volta dos nove anos de idade, Fish estava brincando empoleirado em uma árvore de cerejeira quando desequilibrou-se e caiu, machucando-se seriamente na cabeça, o que mais tarde lhe causaria dores de cabeça frequentes e pequenos problemas mentais, características comuns entre os assassinos em série na infância. No entanto, algumas fontes acreditam que essa queda não foi a fonte de seus problemas mentais. A família de Fish possuía um longo histórico de doenças e transtornos mentais: um de seus tios sofria de fixações religiosas, um de seus irmãos foi internado em um Manicômio e sua irmã foi diagnosticada com "Aflição Mental". Três outros parentes foram também diagnosticados com doenças mentais e sua mãe sofria de "Alucinações Visuais".

(02) A Transformação


Em 1882, aos 12 anos, Fish começou uma relação homossexual com um rapaz que trabalhava no telégrafo, que o incentivou a praticar Urolagnia (beber urina) e Coprofagia (ingestão de fezes). Esse comportamento nos parece bastante bizarro, mas ocorre naturalmente em algumas espécies de animais, como cães, gatos, insetos e aves. Relata-se também tal prática em seres humanos, porém sob a categorização de patologia de ordem psíquica, ou desvio sexual (variação da coprofilia). Fish também começou a visitar casas-de-banho públicas onde observava rapazes a despirem-se e aí passava grande parte dos seus fins de semana. Ao longo de sua vida, ele iria escrever cartas obscenas para mulheres cujos nomes ele adquiriu a partir de anúncios classificados e agências matrimoniais.

Em 1890, já com 20 anos de idade, Fish chegou em Nova York , e ele disse que naquele momento ele se tornou um prostituto e começou a estuprar meninos. Em 1898 (28 anos), sua mãe lhe arranjou um casamento com uma mulher nove anos mais jovem, com a qual ele teve seis filhos: Albert, Anna, Gertrude, Eugene, John e Henry Fish.

Ao longo de 1898, ele trabalhou como pintor de casas. Segundo o testemunho dele mesmo, continuava a agredir crianças, em sua maioria meninos menores de seis anos de idade. Mais tarde, ele relatou um incidente em que um amante do sexo masculino o levou a um museu de cera, onde Fish ficou fascinado pela bisseção de um pênis. Depois disso, ele se tornou obcecado com a mutilação sexual, mais especificamente por castração. Fish começou a intensificar as suas idas a bordéis, onde podia ser chicoteado e agredido. Em 1903 (33 anos), ele foi preso por furto e foi condenado à prisão em Sing Sing, prisão de segurança máxima no Estado de Nova Iorque, lugar onde teve muitos outros relacionamentos doentios com outros presos.

Prisão de Segurança Máxima Sing Sing, no Estado de Nova Iorque

Por volta de 1910 (40 anos), enquanto ele estava trabalhando em Wilmington, Delaware, Fish conheceu um homem de 19 anos de idade chamado Thomas Kedden. Ele levou Kedden para onde ele estava hospedado, e os dois começaram um relacionamento sadomasoquista; não está claro se Kedden forçado a fazer essas coisas, mas em sua confissão, Fish conta que o homem era deficiente mental. Depois de dez dias, Fish o levou para uma antiga casa de fazenda, onde começou a torturá-lo ao longo de duas semanas. Durante esse período, Fish cortou metade do pênis de Kedden. "Nunca esquecerei seu grito, ou o olhar que ele me deu," Fish recordou mais tarde. Ele originalmente pretendia matar Kedden, e levar seu corpo para casa, mas ele temia que o clima quente acelerasse e espalhasse o odor de putrefação e, assim, chamasse a atenção para ele; em vez disso, Fish derramou peróxido sobre a ferida, envolveu o pênis num lenço coberto de vaselina, deixou uma nota de US$ 10 (dez dólares), beijou Kedden e disse adeus. "Tomei o primeiro trem para voltar para casa. Nunca soube o que aconteceu com ele, tampouco tentei descobrir", disse Fish.

Em janeiro de 1917, a esposa de Fish o abandonou por outro homem, John Straube, um trabalhador braçal por quem ela se apaixonou. Fish, em seguida, teve de criar seus filhos como pai solteiro. Fish contou a um jornal que quando sua esposa o deixou, ela levou quase todos os bens da família.

Foi por volta dessa época que Fish começou a praticar auto-mutilação. Ele pegava bolas de algodão, embebia-as em álcool e ateava-lhes fogo na entrada de seu ânus.

Trecho de uma Historia em Quadrinhos sobre a vida de Albert Fish e sua fixação pela dor.

Começou a espancar-se a si mesmo com uma raquete cravejada de pregos e, embora Fish nunca tenha cogitado agressão física ou abuso sexual em seus filhos, ele os incentivava a bater em suas nádegas com a mesma raquete cravejada de pregos que ele usou para abusar de si mesmo.
Raquete cravejada de pregos com a qual ele gostava de ser espancado.

Ele espetava agulhas em seu corpo, entre o seu recto e o seu escroto. Normalmente ele as retirava, mas começou a inseri-las tão profundamente que já não as conseguiu tirar. Após sua prisão, os raios X revelaram que Fish tinha pelo menos 29 agulhas alojadas em sua região pélvica.  Não demorou muito para que ele desenvolvesse uma crescente obsessão com o canibalismo, muitas vezes, preparando um jantar constituído exclusivamente de carne crua e às vezes servindo a seus filhos.

Raio X extraído da região pélvica de Albert Fish contendo cerca de 29 agulhas que ele mesmo inseriu.

Por volta de 1919 (49 anos), ele esfaqueou um menino intelectualmente deficiente em Georgetown, Washington, DC. Fish escolhia pessoas que eram ou deficiente mental ou negros como suas vítimas, explicando que ele entendia que essas pessoas não seriam dadas como perdidas quando mortas, porque ninguém sentia a falta delas. Fish torturava, mutilava e assassinava as crianças, com seus "Instrumentos Infernais": um cutelo (faca em forma de machadinha), uma faca de açougueiro, e um pequeno serrote.

A partir de 1920 Fish viajou por 23 estados americanos pintando casas, e ele via nesse trabalho a perfeita oportunidade para cometer suas atrocidades às criancinhas. Fish lia frequentemente a bíblia e dizia que a voz de Deus o mandava matar.

Em 11 de Julho de 1924 (54 anos), Fish encontrou Beatrice Kiel, de 8 anos de idade, brincando sozinha no pátio da fazenda de seus pais em Staten Island, um dos condados de Nova Iorque. Ele ofereceu dinheiro a ela para vir e ajudá-lo a procurar Ruibarbo, uma planta comestível utilizada como remédio. Ela estava prestes a deixar a fazenda acompanhando-o quando sua mãe correu atrás deles, recuperou a menina e o afugentou. Fish partiu, mas depois retornou à noite para celeiro dos Kiels, onde tentou dormir, mas foi descoberto por Hans Kiel, pai da garotinha, que o forçou a sair. Durante o ano de 1924 e nos anos seguintes, Fish passou a sofrer de Psicose Religiosa, com frequentes alucinações e ilusões onde sentia que Deus o ordenava a torturar, mutilar e a abusar sexualmente das crianças. Foi a partir daí que passou a ter alucinações auditivas (ouvir vozes em sua cabeça), e certa vez, ele envolveu-se em um tapete, dizendo que estava seguindo as instruções do apóstolo João.

Pouco antes do sequestro de Grace Budd, o mais notável de seus crimes bizarros, Fish tentou testar seus "Instrumentos Infernais" em uma criança que ele tinha molestado tempos antes chamado Cyril Quinn. Quinn e seu amigo estavam brincando de Boxball (brincadeira americana também conhecida como Four Square) em uma calçada quando Fish se aproximou e perguntou se eles tinham almoçado. Quando eles disseram que não, ele os convidou a irem ao seu apartamento para comerem sanduíches. Enquanto os dois rapazes brincavam de "lutinha romana" na cama de peixe, eles acabaram desalojando o colchão embaixo do qual viram uma faca, um pequeno serrote e um cutelo. Eles ficaram com medo e correram para fora do apartamento.

(03) Grace Budd


No dia 25 de Maio de 1928 Edward Budd põe um anúncio na edição de domingo do jornal The New York World: "Homem jovem, 18 anos, deseja trabalho no campo. Edward Budd, 406 West 15th Street." Três dias depois, Fish, com 58 anos, visitou a família Budd em Manhattan, sob o pretexto de contratar Edward.

Delia e Albert Budd, pais de Grace, durante o julgamento

Ele apresentou-se como Frank Howard, um agricultor de Farmingdale, Nova York. Em sua confissão, Fish conta que planejava amarrar e mutilar Edward e deixá-lo sangrar até a morte. Com isso em mente, Fish prometeu contratar Budd e seu amigo Willie e disse que viria buscá-los em poucos dias para trabalharem em sua fazenda. Ele não apareceu na data marcada, mas enviou um telegrama pedindo desculpas à família Budd e fixando uma data posterior para vir buscá-los.

Grace Budd à direita. Foto da mãe, Delia Budd, sua irmã Beatrice e irmão Albert.

Na data marcada, Fish fez seu segundo encontro com a família Budd. Neste momento conheceu Grace, irmã de Budd, então com 10 anos. Foi quando Fish, aparentemente, mudou de ideia em relação a Edward e preferiu fazer de Grace a sua vítima escolhida. Para não "dar bandeira" com suas reais intenções, rapidamente inventou uma história sobre ter que ir a uma festa de aniversário de sua sobrinha, bem próximo dali e conseguiu convencer os pais da garotinha, Delia Flanagan e Albert Budd I, a deixar que Grace o acompanhasse a essa festa, na casa de sua irmã. Grace saiu com Fish e nunca mais voltou. Ela tinha uma irmã mais velha, Beatrice, dois irmãos mais velhos, Edward e George Budd (dos quais não consegui achar fotos, perdão), e um irmão mais novo, Albert Budd II.

Grace Budd à direita, sua irmã e seu irmão mais novo. 

Em 5 de Setembro de 1930, mais de dois anos depois, a polícia prendeu um homem chamado Charles Edward Pope como suspeito pelo rapto. Charles foi acusado por sua própria ex-esposa e esteve preso durante 108 dias, entre a sua prisão e o seu julgamento, em 22 de Dezembro de 1930. Não houve provas e ele foi absolvido.

Nota original do desaparecimento de Grace Budd

Como era de se esperar, durante o tempo entre o assassinato de Grace e sua captura, seis anos depois, Fish vivia sua vida normalmente. Casou-se novamente em 6 de Fevereiro de 1930, em Waterloo, Nova Iorque, com Estella Wilcox, mas o casamento não durou muito e eles se divorciaram depois de apenas uma semana. Fish foi preso em maio 1930 após o envio de uma carta obscena a uma mulher que respondeu a um anúncio para uma empregada doméstica. Na sequência dessa detenção, em 1931, ele foi enviado para o hospital psiquiátrico de Bellevue para observação, de onde saiu pouco tempo depois.

Hospital Psiquiátrico Bellevue, na cidade de Nova Iorque

Sem qualquer vestígio do paradeiro da menina Grace e sem qualquer pistas que pudessem levar a um suspeito, a família e as autoridades só poderiam esperar. Foi quando, inesperadamente, em novembro de 1934, mais de 6 anos depois de seu desaparecimento, uma carta anônima foi enviada para os pais da menina. Esta carta seria o desfecho de todas as dúvidas que cercavam o caso de Grace e a pista que a polícia esperava para encontrar o criminoso. As evidências os levaram à Albert Fish.

Carta enviada à Família Budd, escrita por Albert Fish

A Sra Delia Budd era analfabeta e não conseguia ler a carta por si mesma, de modo que ela pediu a seu filho que lesse para ela. A carta inalterada e traduzida (com erros ortográficos e gramaticais originais de Fish) lê:

"Minha querida Sra Budd,

Em 1894, um amigo meu embarcou no Steamer Tacoma, Capt. John Davis. Eles navegaram de San Francisco para Hong Kong China. Ao chegar lá, ele e dois outros desembarcaram e ficaram bêbados. Quando eles voltaram o barco já tinha ido embora. Naquela época houve um grande período de fome na China. Carne de qualquer tipo custavam de $ 1 a 3 dólares por libra. Tão grande era o sofrimento entre os pobres que todas as crianças menores de 12 anos foram vendidos para os Açougues para serem cortados e vendidos como alimento, a fim de evitar que outras pessoas morressem de fome. Um menino ou uma menina com menos de 14 não estava seguro na rua. Você pode ir em qualquer loja e pedir bife - costeletas - ou ensopado de carne. Parte do corpo nu de um menino ou menina seria levado para fora e apenas o que você queria seria cortaado a partir dele. As partes de trás de um menino ou menina (nádegas) é a parte mais doce do corpo e é vendido como costeleta de vitela alcançando o preço mais alto. John ficou lá tanto tempo que ele adquiriu gosto pela carne humana. No seu retorno a Nova Iorque, ele roubou dois meninos: um de 7 e um de 11 anos de idade. Levou-os para sua casa, os despiu e os amarrou em um armário. Em seguida, queimou tudo o que tinham. Várias vezes por dia e de noite ele batia neles - torturava os garotos - para tornar sua carne macia. Primeiro ele matou o menino de 11 anos de idade, porque ele tinha o rabo gordo e, claro, o que tinha mais carne. Cada parte do seu corpo foi cozinhado e comido, exceto a cabeça, os ossos e as vísceras. Ele foi assado no forno, (toda a sua bunda), fervido, grelhado, frito, cozido. O menino mais novo foi o próximo e tudo aconteceu da mesma maneira. Naquela época, eu estava vivendo em 409 E 100 St, perto deles. Ele me disse tantas vezes como era boa a carne humana que eu decidi provar. Em um domingo, dia 3 de Junho de 1928, você me convidou a entrar em sua casa, em 406 W 15 St. Eu levei um pote de queijo com morangos. Nós almoçamos. Grace sentou-se no meu colo e me beijou. Então eu decidi comê-la, com o pretexto de levá-la para uma festa. Você disse que Sim, que ela poderia ir. Levei-a para uma casa vazia em Westchester que eu já tinha escolhido. Quando chegamos lá, eu disse a ela para ficar do lado de fora. Ela colheu flores silvestres. Eu fui lá para cima e despi toda a minha roupa. Eu sabia que eu não gostaria de ficar com seu sangue sobre elas. Quando tudo estava pronto, fui até a janela e a chamei. Então eu me escondi em um armário até que ela chegasse ao quarto. Quando ela me viu nu, ela começou a chorar e tentou correr para baixo das escadas. Agarrei-a e ela disse que iria contar para a mãe dela. Primeiro eu a despi. Como ela lutava - mordia e arranhava. Eu a sufoquei até a morte, em seguida, cortei-a em pedaços pequenos para que eu pudesse levar a sua carne para o meu apartamento, cozinhar e comer, e assim o fiz. Como é doce e tenro o seu pequeno rabo assado no forno. Levei 9 dias para comer todo o seu corpo. Eu não transei com ela, no entanto, eu poderia ter transado porque eu desejava. Ela morreu virgem ".

Delia Budd, mãe de Grace, após o desaparecimento da garota.

A polícia investigou a carta. A história a respeito de "Capitão Davis" e sobre a fome em Hong Kong não pôde ser verificada, mas a parte da carta sobre o assassinato de Grace Budd, no entanto, foi uma descrição precisa do sequestro e dos eventos subsequentes, embora fosse impossível confirmar ou não se Fish tinha realmente comido partes do corpo de Grace.

Matéria no Jornal Daily News, abaixo à esquerda, a mãe de Grace
(04) Captura e Prisão


A carta foi entregue em um envelope que tinha um pequeno emblema hexagonal com as letras "NYPCBA" representando a "Associação Privada Beneficente Chauffeur de Nova York". Um zelador da companhia disse à polícia que ele tinha levado alguns artigos de papelaria para casa, mas tinha deixado-os em sua casa no 200 East 52nd Street, quando se mudou. A dona da casa disse Fish tinha deixado o quarto uns dias antes e que o filho de Fish lhe tinha enviado dinheiro e Fish pediu-lhe que guardasse o quarto.


William F. King foi o principal investigador do caso. Ele esperou fora da casa até que Fish voltasse. Fish concordou em ir para a sede do interrogatório prestar declarações, mas logo em seguida, ao passar pela porta, investiu sobre King com uma lâmina de barbear (navalha). King desarmou Fish e o levou para a sede da polícia. Fish não fez nenhuma tentativa de negar o assassinato da Grace Budd, afirmando que sua intenção inicial era matar Edward Budd, irmão de Grace.

Albert Fish, após sua prisão, com seu advogado, James Demsey

Fish disse que "nunca sequer cogitou em sua cabeça estuprar a garota", mas mais tarde ele afirmou a seu advogado que, ao ajoelhar-se no peito de Grace e estrangulá-la, ele teve duas ejaculações involuntárias. Esta informação foi utilizada no julgamento para fazer a reivindicação do sequestro como sexualmente motivado, evitando assim qualquer menção de canibalismo.

A seguir, você conhecerá outros crimes que só foram descobertos após a prisão de Fish:

(05) Billy Gaffney

Billy Gaffney, 4 anos de idade.

Em 11 de Fevereiro de 1927, cerca de um ano antes de Fish matar Grace Budd, o pequeno Billy Beaton, de 3 anos de idade, e seu irmão de 12 anos brincavam no corredor de seu apartamento no Brooklyn, com seu amiguinho, de 4 anos de idade, Billy Gaffney. Quando o garoto mais velho, de 12 anos afastou-se por um mísero instante, talvez para se esconder durante a brincadeira, os dois garotinhos haviam desaparecido. Beaton foi encontrado mais tarde no telhado dos apartamentos. Quando perguntado o que aconteceu com Gaffney, Beaton disse que "o bicho-papão o levou". O corpo de Gaffney nunca foi encontrado. Inicialmente, o serial killer Peter Kudzinowski era um suspeito no assassinato do menino. Em seguida, Joseph Meehan, um motorneiro de um bonde no Brooklyn viu uma foto de Fish em um jornal e identificou-o como o velho a quem ele viu no dia 11 de fevereiro de 1927; o velho tinha tentado acalmar um menino sentado com ele no bonde. O menino não estava vestindo jaqueta, estava chorando por sua mãe, e foi arrastado pelo homem para fora do trem. A descrição de Beaton do "bicho-papão" correspondia. A descrição da criança no bonde combinava com a descrição de Billy Gaffney.


Detetives da seção de desaparecidos de Manhattan conseguiram descobrir que Fish tinha trabalhado como pintor de casas por uma empresa imobiliária do Brooklyn durante fevereiro 1927 e que, no dia do desaparecimento de Billy Gaffney ele estava trabalhando em um local a poucas milhas de distância de onde o menino foi sequestrado. Fish afirmou o seguinte em uma carta ao seu advogado:

"Eu o trouxe para os lixões da Avenida Riker. Há uma casa que fica afastada, não muito longe de onde eu o levei... Eu levei o menino lá. Eu o despi e amarrei suas mãos e pés e amordacei-o com um pedaço de pano sujo que eu encontrei no barraco. Então eu queimei suas roupas. Atirei longe seus sapatos. Então eu voltei e peguei o bonde para a Rua 59 às 2 da manhã e voltei para casa de lá. No dia seguinte, cerca de duas da tarde, eu levei ferramentas, um bom e pesado chicote. Feito em casa. Alça curta. Cortei um dos meus cintos ao meio, cortei essas metades em seis tiras de cerca de 8 polegadas de comprimento. Eu bati nele na parte de trás até que o sangue escorresse de suas pernas. Eu cortei suas orelhas e seu nariz, e cortei sua boca de orelha a orelha. Furei seus olhos. Então eu o matei em seguida. Enfiei a faca em sua barriga e coloquei minha boca em seu corpo e bebi seu sangue. Peguei quatro sacos velhos de batata e reuni uma pilha de pedras. Então eu o cortei. Eu tinha uma bolsa comigo e coloquei o nariz, as orelhas e algumas fatias de sua barriga nela. Então eu o cortei exatamente ao meio, separei as duas partes. Logo abaixo do umbigo. Em seguida, peguei uma grande fatia de carne através de suas pernas, cerca de 2 polegadas. Abaixo de suas costas. Eu coloquei isso na minha bolsa com um monte de papel. Eu arranquei a cabeça, os pés, os braços, mãos e as pernas abaixo do joelho. Isso eu coloquei em sacos pesados com pedras, amarrei as extremidades e joguei nos açudes de água viscosa que você verá ao longo da estrada que vai de North Beach. A água tem de 3 a 4 pés de profundidade. Afundaram-se de uma só vez. Então voltei para casa com a minha carne. Eu tinha as partes de seu corpo que mais gostei. O saco escrotal, seu pênis e um pouco de gordura agradável de suas nádegas para assar no forno e comer. Fiz um guisado de seus ouvidos, nariz, pedaços de seu rosto e barriga. Eu coloquei cebolas, cenouras, nabos, aipo, sal e pimenta. Foi bom. Então eu dividir as bochechas de seu traseiro, cortou suas partes íntimas e lavei-os primeiro. Eu coloquei tiras de bacon em cada bochecha de seu traseiro e coloquei no forno. Então escolhi 4 cebolas e quando a carne tinha assado cerca de 15 minutos, eu derramei cerca de meio litro de água sobre ele para fazer o molho e coloquei a cebola. Em intervalos frequentes eu regava seu traseiro com uma colher de pau. Então, a carne ficaria boa e suculenta. Em cerca de 2 horas. Ficou bom e dourado, cozinhou por inteiro. Nenhum peru assado que já provei ficou tão bom como o seu doce traseiro de gordura. Eu comi toda a carne em cerca de quatro dias. Seu pequeno saco escrotal era tão doce quanto as mamas de uma porca, mas seu pênis eu não consegui mastigar. Joguei-os no vaso sanitário."

Albert Fish, na entrada da Pisão Sing Sing

Elizabeth Gaffney, mãe do pequeno garotinho assassinado, visitou Fish na prisão de Sing Sing, acompanhada pelo Detective Rei e outros dois oficiais. Ela queria lhe perguntar sobre a morte de seu filho, mas Fish recusou-se a falar com ela. Fish começou a chorar e pediu para ser deixado sozinho. Após duas horas de lhe fazer perguntas através de seu advogado, James Dempsey, Sra Gaffney desistiu. Ela ainda não estava convencida de que Albert Fish era verdadeiramente o assassino de seu filho. (WTF???)

(06) Francis McDonnell

Francis McDonnell, perto de completar 9 anos de idade.

Durante a noite de 14 de Julho de 1924, apenas 3 dias depois de tentar sequestrar Beatrice Kiel, de 8 anos de idade, da fazenda de seus pais, um garoto de 9 anos chamado Francis McDonnell foi dado como desaparecido por seus pais. Ele não conseguiu voltar para casa depois de jogar bola com os amigos no porto Richmond, bairro de Staten Island. Uma minuciosa busca foi organizada e seu corpo foi encontrado, pendurado por uma árvore em uma área arborizada perto de sua casa. Ele havia sido agredido sexualmente e, em seguida, estrangulado com seus suspensórios. De acordo com a autópsia, McDonnell também havia sofrido extensas lacerações nas pernas e no abdômen, e seu tendão esquerdo tinha sido quase inteiramente arrancado de sua carne. Fish recusou-se a assumir a responsabilidade por isso quando foi preso, embora ele mais tarde tenha declarado que pretendia castrar o menino, mas fugiu quando ouviu alguém se aproximando da área.

Amigos de McDonnell disse à polícia que ele foi levado por um homem idoso com um bigode grisalho. Um vizinho também disse à polícia que ele observou o menino com um homem de aparência semelhante caminhando por uma trilha gramada nas florestas próximas. A mãe de Francis, Anna McDonnell, disse que viu o mesmo homem mais cedo naquele dia. Ela disse aos repórteres: "Ele veio baralhar pela rua murmurando consigo mesmo e fazendo movimentos estranhos com as mãos... Eu vi o grosso cabelo grisalho e seu longo bigode cinza. Tudo nele parecia desbotado e cinza."


Esta descrição resultou no misterioso estranho se tornando conhecido como "The Gray Man". O assassinato de McDonnell permaneceu sem solução até a descoberta do verdadeiro assassino de Grace Budd, quando várias testemunhas, entre elas o agricultor de Staten Island Hans Kiel, pai da garotinha Beatrice, positivamente identificou Albert Fish como o estranho visto ao redor de Port Richmond no dia do desaparecimento de Francis McDonnell.  Inicialmente Fish negou as acusações. Foi apenas em março 1935, após a conclusão de seu julgamento pelo assassinato  de Grace Budd e sua confissão à morte de Billy Gaffney, que Fish confirmou aos investigadores que ele também estuprou e assassinou Francis McDonnell. Quando a confissão foi tornada pública, o jornal Daily Mirror New York escreveu que essa declaração solidificou a reputação de Fish como "o mais cruel assassino de crianças na história criminal".

(07) Julgamento e Condenação

Albert Fish, durante o julgamento

O julgamento de Albert Fish pelo assassinato de Graça Budd começou em 11 de março de 1935, em White Plains, Nova York e durou 10 dias. Ele alegou insanidade, e afirmou ter ouvido vozes de Deus dizendo-lhe para matar crianças. Vários psiquiatras testemunharam sobre os fetiches sexuais de Fish, que incluíam sadomasoquismo, cunnilingus, anilingus e fellatio (modalidades de sexo oral), flagelação, exibicionismo, voyeurismo, piquerismo (modalidade do sadomasoquismo no qual se busca prazer esfaqueando ou cortando órgãos genitais, nádegas e seios), o canibalismo, coprofagia e urofilia (ingestão de fezes e urina durante o ato sexual), pedofilia e infibulação (fechamento dos orifícios genitais por sutura ou introdução de colchete a fim de impedir relações sexuais). Os investigadores, em seu somatório observaram que Fish era um "fenômeno psiquiátrico" e que em nenhum lugar nos registros legais ou médicos estava lá um outro indivíduo que possuía tantas anomalias sexuais. (acredito, pois eu mesma tive que pesquisar todos esses termos para saber do que se tratava... rs).

Frederich Wertham, psiquiatra

O perito-chefe da defesa foi Fredric Wertham, um psiquiatra com ênfase no desenvolvimento da criança. Durante dois dias de testemunhos, Wertham explicou a obsessão de Fish com a religião e, especificamente, a sua preocupação com a história bíblica de Abraão e Isaac (Gênesis 22: 1-24). Wertham disse que Fish acreditava que "sacrificar" um menino seria penitência por seus próprios pecados e que, mesmo que o ato em si estivesse errado, os anjos impediriam que Deus o desaprovasse. Fish tentou o sacrifício uma vez, antes de todos esses assassinatos, mas acabou frustrado porque um carro passou e ele temeu ter sido visto. Edward Budd seria a próxima vítima, mas ele era maior do que o esperado em estatura e força, pelo que acabou decidindo por Grace. Embora soubesse que Grace era do sexo feminino, acredita-se que Fish a percebia como um menino. Wertham em seguida, detalhou o canibalismo de Fish, que em sua mente ele associava a comunhão. A última pergunta do julgamento terminou com o Juiz perguntando como o médico considerava sua condição mental com base em sua vida. Wertham simplesmente respondeu "Ele é louco". Wertham foi interrogado a respeito de que Fish saberia sim a diferença entre certo e errado. Ele respondeu que Fish sabia, mas que era um conhecimento pervertido com base em suas opiniões sobre pecado, expiação e religião e, portanto, era um "conhecimento insano".


Nenhum dos jurados duvidava que Albert Fish era louco e o juiz ordenou a sentença de morte. Ele chegou à prisão em março 1935, e foi executado em 16 de Janeiro de 1936, na cadeira elétrica em Sing Sing. Ele entrou na câmara em 23:06h e foi declarado morto três minutos depois. Foi enterrado no Cemitério da Prisão de Sing Sing.

Fish sendo preparado para sua execução

Dizem que Fish ajudou o carrasco a instalar os eletrodos em seu corpo. Suas últimas palavras teriam sido: "Eu nem sei por que estou aqui." De acordo com uma testemunha presente, ele levou duas descargas de choque antes de morrer, criando o rumor de que o aparelho entrou em curto-circuito por causa das agulhas que Fish havia inserido em seu corpo. Esses rumores foram posteriormente considerados falsos, já que supostamente ele morreu sob o mesmo quadro e tempo que outros na cadeira elétrica.

Ele foi condenado pelo assassinato de Francis X. McDonnell (8 anos de idade, em 15/07/1924), Billy Gaffney (4 anos de idade, em 11/02/1927) e Grace Budd (10 anos de idade, em 03/06/1928). Também foi acusado pelo assassinato de 5 outras crianças: Emma Richardson (5 anos, em 03/10/1926), Yetta Abramowitz (12 anos, em 1927), Robin Jane Liu (6 anos, em 02/05/1931), Mary Ellen O'Connor (16 anos, em 15/02/1932) e Benjamin Collings (17 anos, em 15/12/1932), mas o veredito foi inconclusivo, por falta de provas e confissão.

Em uma reunião com repórteres após a execução, o advogado de Fish, James Dempsey, revelou que estava de posse da "declaração final" de seu cliente. Eram várias páginas de notas escritas à mão que Fish aparentemente escreveu nas horas que antecederam sua morte. Quando pressionado pelos jornalistas a revelar o conteúdo do documento, Dempsey se recusou, afirmando: "Eu nunca vou mostrar a ninguém. Foi a cadeia mais imunda de obscenidades que eu já li."

(08) Fotos da Perícia de Investigação

As fotos que seguem abaixo fazem parte do registro de investigações na casa de Albert Fish. Eles vasculharam tudo o que puderam, desde o quarto onde supostamente assassinou Grace, seu porão, onde encontraram ossos humanos, e inclusive o poço da casa foi drenado para tentar encontrar mais possíveis evidências que o incriminassem.

Perícia examinando o quintal da casa de Fish
A descoberta dos restos mortais de Grace Budd, parte de seu esqueleto enterrado
Investigadores encontram vestígios de outras possíveis vítimas
O quintal de Albert Fish era um verdadeiro registro de suas atrocidades
Vista aérea da casa de Fish e o grupo de perícia e investigação
Drenagem do Poço, em busca de novas evidências ou corpos escondidos
Investigadores cavando o porão da casa, onde encontraram inúmeros ossos humanos
Dentro do porão: arma do crime, com a qual possivelmente Fish esquartejou Grace Budd. 
Ainda no porão: peritos encontram costela humana enterrada em uma cova rasa
O quarto da casa onde Albert Fish assassinou Grace Budd
Investigadores examinam o piso do quarto, em busca de evidências que comprovem a confissão de Fish
Nota no Jornal "The Daily Argus", descrevendo as descobertas sinistras na casa de Albert Fish

Uma coisa para pensar: na história de Abraão e Isaac, na Bíblia, Deus pede o sacrifício de Issac, que era filho de Abraão, como uma espécie de "prova" do amor de Abraão com Deus... Albert Fish tinha fixação por esse conto, mas nunca pensou em "oferecer" um de seus filhos. Era sempre os filhos dos outros. Isso comprova o quão insano ele era e o quão deturpada era sua crença, ou que certamente ele tinha o poder de decidir sobre quem poderia ser sua vítima em potencial, o que me traz a estranheza de que ele podia até ser louco, mas tinha consciência do que fazia.

Ilustração sobre a cena vivenciada por Grace Budd, minutos antes de sua morte terrível.

(09) Historias em Quadrinhos/ Comics

A história desse cara é tão bizarra, que vários artistas fizeram obras baseadas em sua insanidade. Veja o exemplo desta história em quadrinhos, de Tony Mostrom: (em inglês).






Uma história e tanto... Digna de um bom roteiro de filme de terror, não? Se você conseguiu ler até o final, pode crer que você faz parte desse meu mundo bizarro de curiosidades insólitas, então, compartilhe com seus amigos esta postagem, curta nosso Facebook, participe de nossa Comunidade G+ e se inscreva em nosso Canal YouTube. Valeu!



Fontes e agradecimentos:
Daily News (Fotos)
Tony Mostron (Comic Book)

Comentários

  1. A imagem que mostra Albert Fish na cadeira elétrica é uma montagem.

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