Engenheiros aeroespaciais, volta e meia, aparecem com projetos surpreendentemente insanos, com prospectivas revolucionárias. Às vezes, esses projetos não saem da mesa de desenho, mas de vez em quando, essas maravilhas viram realidade, e quando esses corpos alienígenas sobem ao firmamento, é como assistir a raça humana ser transportada diretamente para o futuro. Veja algumas dessas aeronaves muito loucas.
(01) Stipa-Caproni
Trata-se de um avião experimental italiano com a fuselagem em forma de barril, criado em 1932. Um engenheiro do governo italiano, Luigi Stipa, convenceu a empresa Caproni a construir uma aeronave para testar sua teoria de que uma fuselagem tubular daria impulso adicional significativo para um motor convencional com hélice. Também conseguiu uma redução considerável do ruído, porém uma falha inerente na concepção é que há pouco espaço para qualquer carga útil e a superfície em torno dos assentos teria impedido seriamente a visão do piloto e do passageiro, a menos que eles se inclinassem para o lado, o que dificultaria a descolagem e a aterrissagem.
(02) Aerodyne de Alexander Lippisch
Alexander Martin Lippisch (1894-1976) foi um engenheiro aeronáutico alemão, pioneiro da aerodinâmica que fez contribuições importantes para a compreensão de asas delta, e seus desenhos mais famosos são o Messerschmitt Me 163 (uma aeronave de interceptação, com motor de foguete, de 1944) e o bizarro Aerodyne: uma avião sem asas, da década de 1950, que prometia, definitivamente, quebrar a barreira do som. O ar da turbina saía por baixo do aeromodelo, mantendo-o no ar, sem a necessidade de asas e a cauda convencional seria o controle direcional. Embora patenteado, nunca levantou voo efetivamente, mas teve seus conceitos provados em 1972.
(03) NASA AD-1
A NASA AD-1 foi um programa de teste de voo associado realizado entre 1979 e 1982, na Califórnia, EUA, e que demonstrou com sucesso como as asas de uma aeronave podem ser girada obliquamente em até 60 graus durante o voo. O primeiro projeto conhecido de asa oblíqua foi proposto por Richard Vogt em 1942. Em velocidades mais baixas, durante decolagens e pousos, a ala seria perpendicular à fuselagem como uma asa convencional para proporcionar o máximo de elevação e controle. À medida que a aeronave ganhasse alta velocidade, tanto subsônica como supersônica, a asa poderia ser girada para aumentar o ângulo oblíquo, reduzindo o arrasto aerodinâmico e o consumo de combustível. A asa só poderia ser girada em uma direção, com a ponta da asa direita em frente. Após a conclusão do programa de testes, em agosto de 1982, a AD-1 foi aposentada e está agora em exposição no Museu de Aviação Hiller, em San Carlos, Califórnia.
(04) Nemeth Parasol
Em 1934, estudantes da Universidade de Miami (de Ohio), construíram um avião chamado de "Guarda-chuva Voador Nemeth". Esta aeronave tinha asa em forma circular acima de uma fuselagem convencional e cauda, e era alimentado por uma hélice em configuração de trator. Após testado, demonstrou que mesmo uma asa circular poderia ser usada para pilotar um avião de forma confiável. Desde sua invenção, o princípio tem sido utilizado para o desenvolvimento de aeronaves com asas circulares, que precederiam a possível invenção de uma nave espacial. Veja alguns exemplos:
Sack AS-6:
Durante a Segunda Guerra Mundial, um grande número de aeronaves em forma de disco foram projetadas na Alemanha nazista. Uma das poucas a tornar-se realidade foi o Sack AS-6, um avião leve experimental que voou pela primeira vez em 1944. A aeronave não foi bem sucedida, e foi desfeito no início de 1945.
Vought XF5U (Flying Flapjack Pancake)
Um dos primeiros aviões explicitamente concebido como um disco por razões aerodinâmicas. Ele tinha asas muito grandes e leves, que permitiriam uma decolagem facilmente a partir de porta-aviões. Eles se destinavam a ser aviões de combate, armados com 4 canhões e poderiam levar mais de 1 tonelada de bombas ou tanques de combustível externos.
VZ-9 Avrocar
Depois da guerra, a empresa Avro Canada desenvolveu uma aeronave em forma de pires, tal como um disco voador. O impulso era dirigido para baixo em torno de todo o disco, permitindo a decolagem e o pouso verticalmente. Uma vez em voo, o impulso poderia ser ligeiramente angulado, orientando o fluxo de ar para a movimentações laterais. As estimativas de desempenho eram muito grandes, mas os testes logo revelaram que todo o conceito era inviável: a embarcação seria altamente instável a uma velocidade supersônica. Avro no entanto, continuou a trabalhar na ideia como um projeto subsônico conhecido como Projeto Silver Bug, que foi de grande interesse para o Exército dos EUA, que estava à procura de soluções para o transporte do campo de batalha e apoio. O resultado final do Silver Bug foi o Avrocar ou VZ-9AV, efetivamente (e não intencionalmente) um protótipo de hovercraft, veículo deslizador, em vez de uma aeronave, que foi tornado público em 1961.
Moller M200G Volantor
É um protótipo voador estilo de hovercraft , projetado pelo engenheiro aeronáutico Paul Moller. O M200G Volantor usa um sistema de oito dutos de ar controlados por computador que pairaram até 3 metros acima do solo. Volantor é um termo cunhado por Moller significa "um avião de decolagem e pouso vertical."
(05) Scaled Composites Modelo 281 Proteus
O Proteus é um avião bimotor não-tripulado, de asas duplas construído pela Scaled Composites para fins de pesquisa em 1998. É um veículo multimissão, capaz de transportar várias cargas acopladas em baixo da carenagem, além de um possível uso em grande altitude como dispositivos para telecomunicações, através do sistema de banda larga, como a internet. Um design extremamente eficiente, o Proteus pode orbitar um ponto a mais de 19.800 m por mais de 18 horas.
(06) Lockheed Martin P-791
Trata-se de um aerostático experimental, ou um dirigível híbrido, desenvolvido pela empresa Lockheed Martin, dos EUA. O primeiro vôo do P-791 aconteceu em 2006, nas instalações de teste de vôo da empresa. O LMH1, como foi chamado o futuro modelo melhorado do Lockheed Martin P-791, inicialmente teria a capacidade de transportar 20 toneladas de carga ou 19 passageiros, mais 2 membros da tripulação, com entregas começando em 2018. Falando em Dirigíveis, a onda parece estar se cristalizando com grande força nesta primeira metade do século. Veja este outro modelo futurista:
Aether Airship Concept
Trata-se de uma proposta de um grande dirigível de luxo, que é mais como um navio de cruzeiro, mas no ar. Foi criado pelo designer Mac Byers enquanto estudava design de transporte na Universidade de Huddersfield, na Inglaterra. O conceito, embora extremamente futurista em sua aparência, é realmente baseado em tecnologia que está sendo desenvolvida pela empresa US Aeroscraft. O princípio por trás do conceito dirigível Aether é que o veículo usa seus grandes ventiladores movidos a energia elétrica para fornecer impulso, controle direcional, e flutuar. A fuselagem cheia de hélio apenas atua para compensar o peso do dirigível, além do uso de tanques de ar comprimido para aumentar ou diminuir o peso total da embarcação. Numa época em que o turismo espacial é agora uma realidade, a ideia de um navio cruzeiro de luxo voando realmente não parece tão louca: eles estavam fazendo isso nos anos 1930. Foi por causa da tragédia de Hindenburg que a idade de ouro do dirigível como um meio de viagens de luxo chegou ao fim.
(07) White Knight Two (WK2)
É um avião a jato cargueiro que será usado para transportar a espaçonave SpaceShipTwo ou o foguete LauncherOne, para libera-los em uma certa altitude. Ele foi desenvolvido pela empresa Scaled Composites entre 2007 e 2010, e foi baseada no Proteus. A aeronave tem duas fuselagens separadas, com a SpaceShipTwo ou LauncherOne suspenso entre elas. Assim que o avião transportador levar a espaçonave a 15.240 metros, a SpaceShipTwo, com capacidade para 3 tripulantes, será liberada e subirá por até 90 segundos a mais do que três vezes a velocidade do som. Assim que chegar a cerca de 110 km de altura, as asas vão se articular para a posição embandeirada. A reentrada na atmosfera não precisará de escudos térmicos pesados e a aerodinâmica das asas vão automaticamente desacelerar e alinhar a espaçonave para a descida adequada e as asas retornarão a sua posição original planando por 30 minutos durante a sua volta à Terra.
(08) Blohm & Voss BV 141
Foi uma aeronave alemã de reconhecimento tático de outras aeronaves durante a Segunda Guerra Mundial. É notável por sua incomum assimetria estrutural, desafiando as leis da aerodinâmica. Embora tivesse um bom desempenho, nunca foi ordenado em produção em larga escala, por razões que incluem a indisponibilidade do motor preferido e a concorrência de outra aeronave de reconhecimento tático, o Focke-Wulf Fw 189.
(09) Pregnant Guppy, ou Lebiste Grávido
Às vezes você tem uma gigantesca carga, com formato bem desajeitado que não caberia em qualquer aeronave, além de ter que mover essa carga através do país. Foi a necessidade da NASA em mover os componentes das missões lunares Apollo que levaram à construção deste avião de aparência esquisita, adaptado de um Boeing 377. O B377PG, mais conhecido como "Pregnant Guppy", com capacidade para 3 tripulantes, lembra muito aqueles peixinhos coloridos de aquário, os lebistes, quando estão grávidos.
(10) Lackner HZ-1 Aerocycle
O aerociclo HZ-1 era uma espécie de "helicóptero pessoal" desenvolvido pela empresa Lackner Helicopters, em meados da década de 1950. Destinado a ser operado por pilotos inexperientes com um mínimo de 20 minutos de instrução, o HZ-1 foi projetado para se tornar uma máquina padrão de reconhecimento que seria usado pelo Exército dos Estados Unidos. Embora os testes iniciais mostrassem que a embarcação poderia fornecer mobilidade no campo de batalha, a avaliação mais extensa mostrou que a aeronave era de fato muito difícil de ser controlada por soldados da infantaria não-treinados, e depois de um par de falhas o projeto foi abandonado. Um único modelo da nave foi colocada em exposição no Museu de Transportes do Exército dos EUA em Fort Eustis, Virginia.
E então, qual foi a máquina voadora que mais te deixou inspirado ou assustado? As aeronaves em forma de disco me deixaram bem intrigada: será que os avistamentos que temos registrado não passam de testes relacionados a esses modelos bizarros e inovadores? Continuo acreditando em E.T.s, mas agora com uma pontinha de incerteza... Pode ser que tenhamos, em um futuro próximo, outras edições desta matéria, com outros modelos, também bem malucos, afinal, na minha lista encontrei mais de 100 aeronaves bizarras e não ficaria satisfeita em mostrar somente estas.
Fontes e agradecimentos:
Popular Mechanics
Diseno Art Vehicles
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