Masmorra dos Ratos - Métodos de Tortura Medieval


O medo de Ratos chama-se Musofobia, mas isso pode ter suas raízes na Bizarra História da Humanidade, como algum tipo de memória coletiva. Também chamada de Tortura dos Ratos, a Masmorra foi um método amplamente usado nas antigas Roma e Alemanha como meio de tortura e morte, em que ratos eram encorajados a atacar e comer as vítimas ainda vivas. Horrendo e cruel, porém muito interessante como arquivo histórico, e explorado em todas as suas vertentes pelo cinema e pela literatura de horror. Imperdível.

Tortura com Ratos na Vida Real

Existem três tipos de torturas que envolvem a utilização de Ratos: a "Exposição aos Ratos", de origem na antiga Roma e "A Cadeira dos Ratos" e "A Fenda", de origem na Alemanha Medieval.

No Método de Exposição, a pessoa é eviscerada, amarrada e deixada exposta a fim de que os ratos a encontrem e se alimentem dela. O problema com esse método é que os ratos podem roer as amarras ao invés das carnes da pessoa, liberando-a, que poderá, enfim, escapar.


A Cadeira dos Ratos é um aparato em que a vítima é amarrada a uma cadeira e uma gaiola cheia de ratos é colocada sobre sua cabeça, de modo que estes sobrevivam dentro dela, alimentando-se da cabeça do torturado. É um método lento e doloroso de morrer, pois a pessoa ficaria viva por muito tempo sentindo todas as dores de ter sua cabeça devorada.


A Fenda é um método em que o torturador realiza cortes profundos no estômago da vítima e introduz ratos que o comerão de dentro para fora, na tentativa de escapar. Também há casos em que a Fenda simboliza um canal por onde o rato entrará no corpo da vítima através de seu orifício anal ou vaginal. Muito cruel. Outra maneira insana é uma em que a Fenda pode representar um espaço onde o próprio rato irá cavar para sair ao se ver preso em uma compartimento aquecido amarrado sobre o corpo da vítima.


A Masmorra dos Ratos era uma das características da Torre de Londres, o Palácio e Fortaleza Real da Inglaterra, alegado por escritores católicos romanos do Período Elisabetano (1558-1603). Uma cela totalmente escura, abaixo da Marca d'água real, atrairia os ratos a partir do Rio Tâmisa, que fluía para dentro da cela quando a maré subia. Os prisioneiros ficavam assustados e, em alguns casos, esses ratos mordiam, arrancando pedaços de seus braços e pernas.


Durante a Revolta Holandesa (1566-1648), Diederik Sonoy, um aliado de William, o Silencioso, usava um método onde uma tigela de cerâmica cheia de ratos era colocada com a boca para baixo sobre o corpo nu de um prisioneiro, e em seguida colocava carvão em brasa empilhado sobre a tigela. Os ratos arranhavam e roíam as entranhas da vítima, na tentativa de escapar do calor.


A Tortura com Ratos também foi supostamente usada no Chile, durante o regime de Augusto Pinochet (1973-1990), em que a Anistia Internacional documentou o caso de uma mulher torturada em 1981, mantida em uma sala cheia de ratos vivos durante um interrogatório.


Na Argentina, durante o período de reorganização Nacional (1976-1983), o relatório da CONADEP, detalhou o uso de um método de tortura conhecido como "Recto-Scope", algo como "Extensão do Reto", traduzindo para o Português, reservado principalmente para prisioneiros judeus. Esse método, em especial, consistia em inserir ratos vivos no reto ou na vagina das vítimas através de um tubo. Algo como o que você vê nesta imagem abaixo, um tubo, onde o rato era colocado e empurrado com uma espécie de ampola de seringa.


A Tortura com Ratos também aparece em um famoso caso de Sigmund Freud, o "Homem dos Ratos", que conta a história do paciente Emst Lanzer, em 1907, diagnosticado com neurose obsessiva (TOC) que temia que sua namorada e seu falecido pai fossem torturados por asiáticos com ratos em seus ânus, em decorrência de suas "más atitudes". Segundo a interpretação de Freud, o próprio Emst possuía o desejo inconsciente de torturá-los.


Tortura com Ratos na Ficção

O Castelo de Mäuseturm, conhecido como a Torre dos Ratos, é uma torre fortificada sobre uma ilha no Rio Reno, perto da cidade de Bingen, Alemanha. A Torre foi construída no século XIII como posto de defesa do Castelo de Ehrenfels. Uma Lenda conta que foi o arcebispo Dom Hatto II, da Mogúncia, que o construiu no século X. Ele tinha um gênio péssimo e em uma época de muita fome recusou ajuda aos pobres, enquanto seus celeiros estavam cheios. Como eles não paravam de mendigar, o cruel arcebispo os prendeu em uma granja e mandou queimar a todos. Ouvindo os infelizes gritando, ele teria perguntado cinicamente: "Estão escutando os ratos gritando lá embaixo?" Foi neste exato momento que milhares de ratos saíram de toda parte. Os empregados assustados, fugiram, e Dom Hatto subiu em uma barca e desceu o Reno até a ilha onde construiu a Torre, achando que ali estaria seguro. Mas os ratos o perseguiram movidos pela vingança e Justiça Divina e o devoraram vivo.


Um relato semelhante à tortura feita por Sonoy, aparece em 1899, no romance de Octave Mirbeau, "The Torture Garden", ou "O Jardim da Tortura", em que a história se passa na China e uma mulher é torturada, o que provoca excitação sexual em seu algoz. Segundo o psicólogo Leonard Shengold, esta seria a possível fonte da história que influenciou o "Homem dos Ratos", de Freud.


A ameaça de tortura também ocorre em "1984", livro de George Orwell. O personagem central, Winston Smith, é preso pelo Ministério do Amor e sofre um processo de reprogramação mental. O ministério o aprisiona no quarto 101, onde ele deve enfrentar seu maior medo: ratos. Uma gaiola cheia com ratos famintos é colocado sobre sua cabeça e será sua única fonte de alimento e também o único meio de escapar de ser comido por eles.



Os ratos também aparecem na história Edgar Allan Poe The Pit and the Pendulum. O narrador se encontra amarrado a uma mesa e só pode assistir as oscilações da foice para frente e para trás, se se aproximar cada vez, e dezenas de ratos como um enxame sobre seu corpo.


Em 1970, no filme "Vamos a Matar, Compañeros", de Sergio Corbucci, o personagem de Thomas Milian é torturado no deserto por Jack Palance em uma rocha.


No Romance "Templo dos Ventos", de Terry Goodkind, 1997, esta forma de tortura foi usada no personagem de Cara. O insano Drefan Rahl, em uma tentativa de descobrir o paradeiro de seu irmão, o protagonista Richard Rahl, usa uma gaiola pesada para prender os ratos. Em seguida, ele a coloca sob o estômago da mulher e insere brasas no topo, fazendo com que os ratos usem suas garras sobre a pele de Cara para tentar fugir do aumento da temperatura dentro do pote. O programa de televisão baseado nos livros, Legend of the Seeker, retrata Cara em sua juventude sendo torturado por ratos como parte de seu treinamento por Mord Sith.


O filme de 2003, "Veloses e Furiosos 2", caracteriza uma cena muito semelhante onde o antagonista Carter Verone tortura um detetive distraindo a polícia para que os bandidos possam escapar com vários sacos de dinheiro. Nesta cena um maçarico é usado para aquecer um balde de metal contendo os ratos.


Um balde de metal contendo um rato, com carvões quentes em cima foi usada como um método de matar em 2015 no filme de terror Sinister 2.


No livro "O Colecionador de Ossos", de Jeffery Deaver, um personagem é exposto aos ratos que são atraídos pelo sangue que escorre de seus ferimentos. No filme, com Angelina Jolie, a cena é muito bem representada.



No romance e no filme "Psicopata Americano" ("American Psycho"), de 1991, o algoz tortura uma mulher sequestrada, abrindo sua vagina e forçando um rato a entrar. Ele então grampeia os grandes lábios e observa como o rato come a mulher de dentro para fora, na tentativa de escapar.


Na série de televisão Game of Thrones, no episódio "Garden of Bones", o quarto episódio da segunda temporada, o torturador "The Tickler", coloca um rato vivo em um balde de metal, que é preso ao abdômen da vítima. O balde é então aquecida a uma extremidade usando uma tocha, forçando o rato a roer as entranhas.


Caraca, a criatividade humana para a maldade às vezes não tem limites e pode ser explorada de maneiras muito bizarras e cruéis. Para quem curte Gore estão aí ótimas dicas de filmes e livros bem sangrentos. Seja memória coletiva ou não, o fato é que o nosso medo de ratos assim como tantas outras fobias são mesmo coisas ainda inexplicáveis.

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Fontes e Agradecimentos:
Medieval Times and Castles, website
Wikipedia (Inglês)
Dictionary of Torture, de Nigette M. Spikes

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