A Pequena Murgin - Crianças Bruxas


Durante o terrível julgamento das Bruxas Bascas, uma bruxa adolescente torna-se peça chave no processo de tortura e identificação dos amaldiçoados.

Em 1862, o historiador francês Jules Michelet publicou sua obra La Sorciere ( "A Feiticeira"). Foi um dos primeiros livros que encararam de frente as histórias pessoais de todos, desde os curandeiros camponeses até freiras que foram condenadas como bruxas. Em parte, Michelet apresentou as bruxas como rebeldes contra uma sociedade opressiva, pioneira em medicina, e fantoches manipulados por homens (especialmente no clero).


Em seu capítulo sobre bruxas bascas, ele falou de um grupo de mulheres que nasceram bruxas, contou lendas fantasiosas de seus primeiros dias, e sobre como ensinavam a nadar como os peixes. Elas também conheciam os segredos sussurrados pelos ventos. Parte do seu perigo estava em sua beleza e charme, que escondia motivos obscuros e um poder que lhes permitia chamar o diabo no momento em que desejassem.

Os encontros das bruxas Basco francesas cresceram em popularidade, como um lugar elegante para visitar. Porém, um Lord de Saint-Pe, uma comuna francesa, resolveu participar de um desses encontros, e se convenceu de que uma das bruxas continuava a chupar seu sangue, mesmo dias depois. Assim, ele apelou para o governo basco para limpar a região das bruxas. Cerca de 60 a 80 bruxas foram levadas a julgamento, incluindo uma moradora de rua de 17 anos de idade chamada Margarita (também conhecido como Pequena Murgin).


Michelet escreveu que Pequena Murgin contou aos juízes como ela e Lisalda, sua companheira, sacrificava crianças ao diabo. Inexplicavelmente, Pequena Murgin acabou ficando encarregada de examinar os outros para encontrar a marca do Diabo e sinais de que eles eram bruxas.

Um dos sinais indicadores de que o Diabo tinha colocado uma marca em alguém era a capacidade de conduzir de forma indolor agulhas em alguma mancha no corpo de uma pessoa. Pequena Murgin foi encarregada de perfurar os suspeitos mais jovens com agulhas. Embora Michelet não nos conte muito mais sobre seu destino, ele sugere que muitas pessoas conheceram uma morte cruel e dolorosa em suas mãos.

Fonte e agradecimentos: The Sorceress, by Jules Michelet, [1939]

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