Azoto, a Misteriosa Substancia da Alquimia | Ciencia, Misterios, Simbolos


Azoth é a substancia misteriosa da Alquimia, mais conhecida como Pedra Filosofal ou Elixir da Longa Vida. O uso desta palavra começou com Paracelso, para se referir ao "Remédio Universal", capaz de curar qualquer mal.  Nos dias atuais, essa substância pode estar ligada ao conceito mais científico que conseguimos chegar do que poderia ser a "Alma" dos seres humanos ou Deus. Confira.


O Azoto era a fórmula oculta de uma substância misteriosa que, juntamente com o Alkarest, foi considerada um remédio ou solvente universal, muito procurada pela Alquimia. Seu símbolo era o Caduceu (esotericamente associado ao equilíbrio moral, à iniciação e à ascensão da Kundalini) ou Emblema de Hermes (conhecido na mitologia romana como Mercúrio, o deus da venda, do lucro e do comércio). Por causa dessa referência ao deus romano, tornou-se uma palavra poética para o elemento Mercúrio (Hg), da Tabela Periódica. O nome é Latin Medieval, uma alteração da palavra "azoc" que é originalmente derivada do árabe al-zā'būq "mercúrio".


 Azoth é o agente essencial da transformação na Alquimia. É o nome dado pelos antigos alquimistas para o Mercúrio, o espírito que anima, escondido em toda a matéria, que faz a transmutação possível.

Nos ensinamentos da Cabala, a palavra Azoth também está relacionada com o "Ain Soph", ou a Substância Final, o Infinito, do hebraico: "Sem Limites". É aquilo a que podemos chamar de Deus, em seu aspecto mais elevado, Aquele que não possui um nome, não é do sexo masculino e não vive sobre as nuvens do céu, e não é um "Ser" limitado pela própria existência, bem diferente da ideia de Deus implantada pela sociedade. É o Princípio e o Fim, que permanece não manifestado. "Esse ardente Andrógeno é o Mercúrio Universal ou Azoth, o Espírito incomensurável da Vida, a poeira incompreensível e intangível da qual se formou o corpo espiritual do Homem.", explica Manly P. Hall (1901-1990), místico e autor canadense.


Em seu livro "Magia Transcendental", Eliphas Levi (1810-1875) escreveu: " O Azoth ou Medicina Universal é, para a Alma, a Suprema Razão e a Justiça Absoluta; para a Mente, é a Verdade Matemática e Prática; e para o Corpo é a quinta essência, a perfeita combinação de Ouro e Luz. No mundo superior ou Espiritual, é a Matéria da Grande Obra, a Fonte do entusiasmo e da atividade. No mundo intermediário, ou Mental, é a Inteligência e a Indústria. E no mundo inferior ou Material, é a energia do trabalho físico. Enxofre (Fogo), Mercúrio (Ar e Água) e Sal (Terra) compõe o Azoth dos Sábios."


Conhecido como Solvente Universal, Cura Universal ou "Elixir da Longa Vida", acredita-se que o Azoth encarna todos os medicamentos, bem como os primeiros princípios de todas as outras substâncias. Paracelso, um alquimista do século 16, é creditado por ter alcançado o Azoth, e em retratos dele carregando sua espada, a inscrição "Azoth" pode ser vista no Pomo.


Dizem que ele manteve o remédio infalível em um compartimento escondido no punho da espada, para o caso de ele precisar em uma emergência ou caso fosse ferido em uma batalha. Ele dizia que era o "antídoto de veneno" para qualquer ameaça física, mental ou espiritual.

Como Força Vital Universal, o Azoth não é apenas a energia que anima o corpo (espírito, alma), mas é também a inspiração e o entusiasmo que move a mente. No cosmos e no interior de cada um de nós, o Azoth é a força evolutiva misteriosa responsável pela unidade implacável em direção à perfeição física e espiritual. Assim, o conceito é análogo à natureza ou à mente de Deus.

O Azoth também é usado como significado de "Pedra Filosofal", pois ele contém as informações completas de todo o Universo. Uma das dicas para a preparação da Pedra Filosofal é "Fogo e Azoth são suficientes". Há dezenas de desenhos esotéricos que descrevem o Azoth e como ele é usado na Grande Obra da Alquimia. Exemplos incluem o Azoth dos filósofos Basílio Valentim e Dr. John Dee (Monas Hieroglyphica). Veja algumas imagens desses desenhos:

Basílio Valentim:







John Dee:



O termo Azoth foi considerado pelo ocultista Aleister Crowley como a representação de uma unidade de início e término, amarrando juntos a primeira e a última letras dos alfabetos da antiguidade. A ortografia é composta pelas letras iniciais e finais dos alfabetos em latim (A-Z), grego (A-O) e hebraico (A-T), simbolizando o princípio e o fim de tudo, a totalidade suprema e a universal síntese dos compostos como um "cancelamento" (Solvente) ou uma "coesão" (Medicamento), semelhante à filosofia do "Absoluto", que é o próprio Ser que transcende e compreende todos os outros seres, de Hegel. Crowley ainda faz referência ao Azoth em suas obras como "o Fluido", o unificador ou o agente de unificação do Ser.


Note que o conceito de Azoth tem grandes conexões com o conceito do símbolo "Yin/Yang", ou seja, o perfeito equilíbrio entre dois opostos: veneno/antídoto, doença/cura, bem/mal, claro/escuro, masculino/feminino, etc. Para os Iniciados e os Espiritualistas, representa a eliminação da Dualidade (enxergar tudo sob dois opostos extremos) e da Separação (acharmos que estamos separados de Deus, da Natureza e dos Outros), conceitos tão enraizados em nós, desde o nosso nascimento e através do qual funciona o que chamamos de Sociedade.

Talvez sejam ideais ainda muito incompreensíveis para nós, pobres curiosos, mas com certeza é para onde estamos caminhando, inconscientemente, nesta Nova Era. Resta saber como usaremos esse poder. Existem espalhados pela internet vários rituais para o despertar do Azoth, bem como diversas práticas de meditação para sua expansão.

Um fato interessante é que em algumas línguas, especialmente eslava mas em algumas outras também (por exemplo, italiano, francês), azoth é o nome do nitrogênio (N) da tabela periódica, mas a etimologia é diferente (em italiano é "Azoto", que vem do grego ἀ + ζωή "nenhuma vida").

Update 10/06/2016
Atendendo a pedidos nos comentários, segue a escrita mágica para a palavra Azoth e sua explicação.


(01) Alp, a primeira letra da escrita fenícia, que foi usado por comerciantes em todo o Mediterrâneo e que foi aprovada por várias tribos e culturas de todo o mundo mediterrâneo. Com o tempo, esses scripts adotadas foram personalizados e desenvolvidos em suas próprias maneiras e transformou-se em uma variedade de outros scripts, incluindo os alfabetos latim, grego e hebraico; este símbolo tornou-se a letra do latim "ay", do grego "alfa" e do hegraico "aleph". Representa foneticamente a parada da glote, mas eventualmente se tornou um espaço reservado para uma vogal. Tem suas origens no script proto-cananeus derivado de hieróglifos egípcios para "boi". O simbolismo numerológico de um e Unidade, e associações estoicas com o Ar e a Lua.

(02) Zee (ou Zed), é a letra final do alfabeto latino. Tem suas origens na letra fenícia "zayin", e significa arma, por meio de zeta grego. Não era originalmente uma letra latina, mas foi incluído no alfabeto latino para escrever palavras gregas quando um "s" não se encaixava; por causa de sua aparência final e uso limitado, zee foi anexado ao fim do alfabeto latino e visto como uma letra geralmente inútil. Geralmente representa o sibilante sonora; devido ao método Latina de usar algarismos romanos, zee não tem nenhum significado numerológico nativa, embora ocultistas modernos têm lhe atribuído números grandes. Simbolicamente, zee indica finalidade ou totalidade até ao mais mínimo detalhe. Estoicamente associado com Touro, mas Cornelius Agrippa atribui zee ao fogo. No entanto, Taurus indicando Terra é o mais forte dos dois significados.

(03) Omega, a letra final do alfabeto grego. Única entre estas letras, omega não tem relação direta com qualquer uma das letras fenícias, tendo derivado de uma forma alternativa de omicron, a própria derivada de ayin, que significa" olho "; embora o antigo nome grego para esta letra era apenas "o", ela foi renomeada na época bizantina para "ômega" que significa "O Grande" (em oposição a Omicron, "O Pequeno"). Numerologicamente que significa 800, mas também "o último" ou "a última palavra"; Estoicamente associado a Saturno, e, portanto, qualquer tipo de última fronteira, final.

(04) Tau, a letra final do alfabeto hebraico. Um desenvolvimento da letra fenícia mais velha com o mesmo nome com a forma de uma cruz, ou seja, uma marca, ferida, gravura, ou cruz, que inicialmente tinha um valor fonético da parada dental sem voz, o que chamaríamos de "t"; alguns dialetos do hebraico usam "s" e, em alguns palavras estrangeiras pode levar em um som "th". Numerologicamente, isso significa 400, mas novamente com o sentido de finalidade ou fechamento. Associado com Saturno na Cabala, especialmente por causa de associações com o trunfo do Tarô "The World"; estes dão-lo associações semelhantes ao omega acima.


A imagem acima é um talismã próprio para Azoth usando uma estrela de seis pontas, a estrela de Azoth, que é usado para representar todas as essências, tanto antes de ser dividida como depois que se unificou, em uma quinta essência pura e fruto de todas as essências combinadas.

Em breve, em outra postagem trarei o Ritual Azoth e as Sete Operações da Alquimia.

Fontes e agradecimentos:
Wikipedia (Inglês)
Inner Garden (Inglês)
Alchemy Website (Inglês)
Digital Lamber (Inglês)
Azoth Alchemy Ritual (Inglês)

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