Gato Preto - Guardião das Forças Sobrenaturais


Diz uma crendice popular que "cruzar com gato preto na rua, dá muito azar para qualquer pessoa". Eles são tidos como seres das trevas, representantes dos demônios, acompanhante das bruxas malignas... Você sabe de onde vem a superstição com gatos negros? É uma Verdade ou um Mito? Nesta matéria, conheça o Lado Sobrenatural dos Gatos.

(01) Desmistificação através da Ciência

Gatos pretos não são seres das trevas, como se acreditava e ainda se acredita até hoje: são apenas felinos que possuem uma condição biológica chamada "Melanismo", que nada mais é do que uma variante na coloração da pelagem em que há uma grande acumulação do pigmento melanina, que lhes confere a cor negra. Além do gato doméstico, essa variante também ocorre no leopardo (chamado neste caso de pantera-negra), na onça-pintada (onça-preta, mais conhecida como jaguar), jaguarundi (gato mourisco) e outras nove espécies selvagens.

Recentemente, um estudo mostrou que o melanismo em felinos é o resultado de ao menos quatro diferentes mutações genéticas que ocorreram de maneira independente entre si nas várias linhagens da família Felidae. Veja algumas fotos:

Onça-Pintada Negra, ou Jaguar Negro
Pantera Negra (Leopardo)
Jaguarundi Negro
Leão Negro
A cor do pelo, apesar de não definir a personalidade do gato, pode ter relação com algumas características comportamentais do animal.  No caso dos gatos pretos, esses felinos são mais amigáveis e sociáveis do que gatos de outras cores, de acordo com a especialista em animais e autora Temple Grandin. Em seu livro, Os Animais nos Fazem Humanos, Temple Grandin explica algumas características que diferenciam os gatos pretos de gatos de outras cores, mostrando que a evolução fez desses gatos seres pacíficos para eles se proliferarem.

(02) Relação com as Trevas


Apesar da beleza, no folclore europeu, os gatos pretos são considerados sinônimo de má-sorte, mau agouro, além de ser associado à magia negra e bruxaria: eles acreditavam que os gatos negros eram bruxas transformadas em animais. Já em outras culturas, os gatos desta cor são reverenciados, sempre associados à boa sorte.

Na Pérsia antiga havia a crença de que quando se maltratava um gato preto, corria-se o risco de estar maltratando um espírito amigo, criado especialmente para fazer companhia ao homem durante sua passagem na Terra. Desse modo, ao prejudicar um gato preto, o homem estaria atingindo a si mesmo.



A relação com as Trevas começou no século XI ( 1001 – 1100), por causa de relatos insistentes de aparições de gatos pretos malignos em locais povoados por Bruxas.

Dai começou a surgir a superstição de que os gatos de cor preta davam azar. Acreditava-se que os felinos, devido a seus hábitos noturnos, tinham relações com seres do mal e, se o gato era da cor preta, era considerado diabólico, uma vez que essa cor era associada às trevas e à magia negra. Assim, na cultura medieval, os gatos pretos tornaram-se intrínsecos à mítica figura das feiticeiras.


No ano 1232 (século XIII), o Papa Gregório IX fundou a Santa Inquisição, que atuou barbaramente durante seis séculos, torturando e executando, principalmente na fogueira, mais de um milhão de pessoas, sobretudo mulheres, homossexuais, hereges, judeus e muçulmanos. Igualmente médicos, cientistas e intelectuais, e… também os gatos.

O Papa Gregório IX afirmava na bula Vox in Roma que o diabólico gato preto, “cor do mal e da vergonha”, havia caído das nuvens para a infelicidade dos homens. Para acabar com a resistência dos celtas ao catolicismo, a Igreja Católica pregava que os sacerdotes druidas eram bruxos. Como os druidas viviam isolados e rodeados por muitos gatos, a Igreja começou a associar os gatos às trevas, devido aos seus hábitos noctívagos, e afirmava terem parte com o demônio, principalmente os de cor preta. Milhares de pessoas foram obrigadas a confessar, sob tortura, que haviam venerado o demônio em forma de gato preto, sendo logo depois, condenadas à morte.



No século XV, o papa Inocêncio VIII chegou a incluir os gatos pretos na lista de seres hereges perseguidos pela Inquisição. (Pode uma coisa dessas???) Uma insana perseguição iniciou-se contra os povos germânicos do vale do Reno, adoradores da Deusa Freya, uma divindade pagã, sendo que a Igreja considerava o seu culto um ato de heresia, associando-o à adoração de maus espíritos. Foram destruídas imagens da Deusa e mulheres que tinham gatos foram torturadas e queimadas vivas. Os gatos, que eram protegidos pela Deusa Freya, foram acusados de serem demoníacos, capturados, enforcados, e jogados nas fogueiras da Santa Inquisição.

Nos séculos em que a Inquisição agiu na Europa e América, uma pessoa que fosse vista com um gato, principalmente os de cor preta, estava sujeita a ser denunciada como praticante de atos de bruxaria e sofrer tortura e morte, sem nenhum direito de defesa. Uma vez acusado de bruxaria, a pessoa podia ser acusada pela responsabilidade de qualquer desgraça natural, como perda de safras, acidentes, doenças e mortes. No imaginário medieval, o gato preto tornava-se mais uma figura mística, fruto da ignorância, associada ao culto ao demônio.


Nesta mesma época, Leonardo da Vinci escreveu: “chegará o dia em que um crime contra um animal será considerado um crime contra a humanidade.” Leonardo era um admirador de gatos, e considerava “o menor dos felinos” uma obra-prima.



Assim, esses gatos foram injustamente acusados de estarem associados a maus espíritos e foram, por isso, queimados juntamente com as pessoas acusadas de Bruxaria. A perseguição à esses animais atingiu seu auge no século XVI, logo no final da Idade Média, na Inglaterra, quando misteriosamente registrou-se um gato preto soltando gases nas ruas das cidades, fato que foi atribuído à ação de feiticeiras.

Em toda a Europa, o Dia de Todos os Santos passou a ser comemorado, acrescentado-se às atividades típicas do mesmo, o arremesso para as fogueiras de sacos cheios de gatos vivos. Em Metz, na França, todos os anos, durante 4 séculos, no culto a São Vito, foram queimados vivos, 13 gatos presos numa gaiola. Em Ypres, também na França, centenas de gatos eram atirados do alto de um campanário num festival religioso. Durante séculos, milhares de gatos foram sacrificados em rituais durante a Páscoa. Estas práticas, incitadas pela Igreja, acabaram por se estender a qualquer tipo de comemoração religiosa, como a noite de São João e de outros Santos.


Na coroação da rainha Elizabeth I, centenas de gatos foram aprisionados e levados em procissão, representando o demônio sob o controle da Igreja, e no final do ritual, acabariam todos por ser queimados vivos. Na Inglaterra elizabeteana, era comum que os gatos fossem colocados em sacos de couro e usados como alvos para os arqueiros. Desta e de outras formas, o homem descarregava nos animais, todos os seus complexos e crueldades.

Com todo o cuidado para não ser queimado vivo como herege, o navegador genovês Cristóvão Colombo tomou a precaução de embarcar nas suas três caravelas, Santa Maria, Pinta e Nina, dezenas de gatos, os quais, ao longo de 35 dias de viagem transatlântica, travaram verdadeiras batalhas contra os ratos, protegendo as provisões alimentícias e permitindo que os membros da tripulação desembarcassem vivos nas margens desconhecidas, em 12 de Outubro de 1492.


O julgamento das “bruxas de Salem”, em Massachussetts, século XVII, é um dos principais registos deste período negro da história nos Estados Unidos. Mesmo os protestantes (evangélicos) tiveram sua enorme parcela de culpa. Reformadores protestantes como Martinho Lutero e João Calvino aprovaram a caça às bruxas. Na Europa, os julgamentos de feiticeiras baseados em meros rumores ou denúncias malignas eram realizados tanto pela Inquisição como por tribunais seculares.


Mas mesmo nestes tempos de tanto ódio, os gatos também foram amados em alguns países, como na Rússia, onde eram comuns serem encontrados em conventos e mosteiros. Com o tempo, a Igreja também foi sendo mais tolerante à presença do gato, e a perseguição aos felinos foi diminuindo. O Cardeal Richelieu chegou a ter muitos gatos, entre eles um Angorá preto chamado Lúcifer.

No Século XVIII, foram finalmente abolidas as leis sobre feitiçaria.


Até hoje ainda existe a ideia de que toda bruxa possui um gato preto de estimação, sendo esse animal associado aos mais diversos tipos de sortilégios. É muito comum ouvir histórias de sorte e azar associadas aos animais dessa cor. Na cultura popular, eles já foram muito referenciados, sendo frequentemente citados em textos e filmes de suspense e terror. Um conto muito popular tratando desse animal é "O Gato Preto" de Edgar Allan Poe, onde ele responsabiliza o animal por uma série de acontecimentos sobrenaturais presentes na narração.

(03) Símbolo da Anarquia

Desde a década de 1880, a cor preta tem sido associado com o anarquismo. O gato preto, em alerta, postura de combate que mais tarde foi adotada como um simbolo anarquista. Em depoimento perante o juiz em um julgamento de 1918, Ralph Chaplin, que geralmente é creditado com a criação do símbolo do gato preto do IWW (Industrial Workers of the World: Trabalhadores Industriais do Mundo), afirmou que o gato preto era comumente usado pelos meninos como representando a ideia de sabotagem. A ideia é assustar o empregador pela menção do nome de sabotagem, ou colocando um gato preto em torno de alguma coisa. Você sabe: se um gato preto atravessar seu caminho, coisas ruins podem acontecer. Essa era a ideia de sabotagem ligada ao gato preto.
Gato Negro, símbolo do Anarquismo, criado por Ralph Chaplin
O símbolo do gato negro, também chamado de símbolo do "gato selvagem" ou "sabot-cat", é um símbolo anarquista associado com o anarcossindicalismo. A imagem faz referência às Greves de Gato-Selvagem (no inglês, Wildcat strikes), onde manifestantes revidavam a violência exercida pela polícia em pé de igualdade. Este tipo de greve era muito comum nas décadas de 1910 e 1920, momento ápice do sindicalismo libertário.

(04) O Lado Sobrenatural dos Gatos

Cultuados e muito respeitados há 4 mil anos no Egito, os gatos eram a representação viva de Bastet, deusa que representava o prazer, a fertilidade, a música e o amor. Além de Bastet, as duas principais divindades egípcias - Ra, o deus do Sol, e Ísis, a deusa da vida - também apresentavam traços felinos.



Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não topa com gatos de cor alguma. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Ele vê além, por dentro e pelo avesso. Relaciona-se com a essência. Se o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E se defende do afago.


A relação dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. Por isso, quando surge nele um ato de entrega, de subida no colo ou manifestação de afeto, é algo muito verdadeiro, que não pode ser desdenhado. É um gesto de confiança que honra quem o recebe, pois significa um julgamento.


O gato é um animal "Reikiano", ou seja, ele faz Reiki enquanto está em seu colo, por exemplo. O Reiki é uma espécie de "passe", como aqueles que recebemos quando visitamos os centros espíritas, ou o Johrei, que recebemos quando visitamos uma igreja Messiânica, para limpar as nossas energias através do equilíbrio da vibração e movimento dos nossos chakras. Gatos possuem muito quartzo na glândula pineal, é portanto um transmutador de energia e um animal útil para cura, pois capta a energia ruim do ambiente e transforma em energia boa, — normalmente onde o gato deita com frequência, significa que não tem boa energia– caso o animal comece a deitar em alguma parte de nosso corpo de forma insistente, é sinal de que aquele órgão ou membro está doente ou prestes a adoecer, pois o bicho já percebeu a energia ruim no referido órgão e então ele escolhe deitar nesta parte do corpo para limpar a energia ruim que tem ali. Observe que do mesmo jeito que o gato deita em determinado lugar, ele sai de repente, poi ele sente que já limpou a energia do local e não precisa mais dele.


A primeira descoberta dos espiritualistas foi que os gatos dormem muito porque precisam repor as energias que perdem enquanto fazem a limpeza do ambiente. Isso não é uma novidade, porque já no antigo Egito eles eram e ainda são considerados animais sagrados, porque simbolizam exatamente isso: a limpeza, a higiene, tanto do ambiente como a deles mesmo.Assim, o gato é na verdade, uma espécie de filtro, enquanto dormem transformam a energia ou a colocam em movimento.

Os gatos gostam de dormir em locais de vertente subterrânea de água, falhas geológicas, radiações telúricas. Comprovado pela Geobiologia e pela Radiestesia, estes locais afetam a saúde das pessoas, provocando doenças e depressão entre outras. Assim o gato pode ser uma forma de nos prevenir destes pontos.


O Gato também é o único animal que, como o ser humano, tem sete camadas da aura e mais do que isso, são duplas. Isso faz com que ele tenha oito sentidos, três a mais do que o normal, que são cinco. Isso é percebido pela sua independência e, podemos dizer sua terceira visão. Quem nunca prestou a atenção em um gato acompanhando o olhar para algo que não conseguimos ver? É comum os gatos perceberem outras presenças nos ambientes.

Bioenergia da aura da pata de um gato
Além disso, é o único animal da Terra que emite um som vibratório, o “ronronar” quando está em harmonia. Neste momento ele está sintonizando seu campo com o da pessoa ou neutralizando seu próprio campo negativo, por isso é aconselhável pegar um gato no colo pelo menos uma vez ao dia. Alguns especialistas vão ainda mais longe e afirmam que o ronronar dos gatos pode curar graças às vibrações e sons graves que produz. De acordo com um artigo publicado na revista Scientific American, os gatos ronronam com um padrão consistente de frequência entre 25 e 150 hertz. Cientistas demonstraram que os felinos produzem o ronronar através de movimentos intermitentes da laringe e dos músculos do diafragma, e concluíram que as frequências de som nesse intervalo podem melhorar a densidade óssea e promover a cura de células.

Você sabia que possuir um gato pode reduzir o risco de ataque cardíaco? Essa descoberta foi resultado de um estudo com cerca de 4.000 americanos por pesquisadores da Universidade de Minnesota. Depois de 10 anos de pesquisa, os donos de gatos apresentaram um risco de 30% a menos de sofrer ataque cardíaco, em comparação com aqueles que não possuem gato.


Em um outro estudo recente, a Dra. Karen Allen, uma pesquisadora da Universidade Estadual de Nova York, descobriu que corretores com hipertensão que adotaram um gato, tiveram menores leituras de pressão arterial em situações estressantes do que aqueles que não possuem o animal de estimação. No início do estudo, os corretores foram prescritos com o remédio anti-hipertensivo Lisinopril. Metade dos participantes foram selecionados aleatoriamente para obter um cão ou gato como animal de estimação. Seis meses depois, Allen e seus colegas realizaram testes com os participantes para medir alterações na pressão arterial. Eles descobriram que a pressão arterial induzida pelo estresse continuou a subir nos corretores sem animais de estimação. Os corretores com animais também tiveram aumentos na pressão arterial, mas de apenas metade se comparado com o outro grupo. Nessa pesquisa, que foi publicada no site da Univesidade de Buffalo e apresentada à Associação Americana do Coração, concluíram que os gatos controlam a pressão arterial melhor do que os medicamentos inibidores da enzima conversora da angiotensina (também chamados de inibidores da ECA), que ajudam a relaxar os vasos sanguíneos.


Além de melhoria na saúde do coração, os gatos também auxiliam na produção de oxitocina no cérebro. Em um estudo publicado na revista Frontiers of Psychology, pesquisadores concluíram que os gatos, por causa do impacto que têm sobre os nossos níveis de oxitocina, são capazes de reduzir a agressão, aumentar a empatia, aprimorar a aprendizagem e produzir um aumento da confiabilidade em outras pessoas. A oxitocina é um hormônio produzido no hipotálamo, conhecido como hormônio do amor. Quando isso acontece, os níveis de cortisol (hormônio do stress) diminuem, promovendo uma sensação de bem estar físico e emocional, deixando corpo e mente em harmonia, fortalecendo o sistema imunológico, dentre outros benefícios.

(05) Saiba mais

Se você gosta desse assunto sobre gatos, eu recomendo a leitura dessas duas matérias, muito bem escritas por dois grandes amigos, que também adoram os gatos e seus mistérios. Clique nas imagens para seguir o link.




(06) Bônus, hehehe...

Para o meu querido amigo felino +Gato Peleque



Fontes e Agradecimentos:
(01). "Classical Cats: The Rise and Fall of the Sacred Cat", de Donald W. Engels
(02). “The History of Human-Animal Interaction – The Medieval Period – Animals, Cats, Europe, and Ages“. Libraryindex
(03). Wikipédia
(04). The Mythology Of Cats, Gerald & Loretta Hausman

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