Um homem com múltiplas personalidades, que atribui seus crimes a uma mulher que sombria que vive dentro de seu subconsciente.
Hadden Clark
Hadden Irving Clark nasceu em 31 de julho de 1952, no Estado de Maryland, EUA. Ele sempre foi considerado um desajustado, excêntrico e estranho, desde o início de sua puberdade. Conhecido por gostar de se vestir privadamente com roupas femininas (cross-dressing) desde muito novo, ele tinha poucos amigos e apresentava problemas de relacionamento devido a mudanças de humor imprevisíveis e comportamento errático.
Os problemas com a lei começaram bem cedo, na maioria casos menores e às vezes, bem peculiares. Em 1988 ele foi acusado de destruição maliciosa de propriedade ao sair de um quarto alugado em uma antiga casa de Bethesda. O proprietário relatou que ele escondeu cabeças de peixe em decomposição dentro de um piano, colocou armadilhas sobre uma das portas e espalhou tinta preta sobre todo o tapete. Em outra ocasião, foi acusado de roubar nove bolsas de uma igreja, vestido de mulher.
Hadden Clark
Mas os delitos de Clark eram fichinha perto das coisas horríveis que seu irmão mais velho, Bradfield Clark, fazia. Em uma pequena cidade ao sul de San Francisco, em junho de 1984, Bradfield, especialista em softwares para computadores, dois anos mais velho do que Hadden, estrangulou uma colega de trabalho que ele tinha convidado para jantar em sua casa, desmembrou o corpo dela com uma faca de cozinha, colocou os pedaços em sacos de lixo e armazenou-os em malas dentro de seu carro, um Nissan Datsun 200SX. Ele foi condenado a 18 anos de prisão.
Hadden Clark na prisão
Quinze meses depois, no dia 07 de setembro de 1986, o Sr. Hadden Clark, pai dos rapazes, com 57 anos de idade, suicidou-se na casa de sua filha, em Rhode Island. Ele era um veterano da Guerra da Coréia e engenheiro em uma empresa de gasolina. Ao contrário do que muitos vão pensar, os pais de Clark eram pessoas normais, participavam ativamente do grupo de escoteiros, das reuniões de pais e mestres da escola e de organizações religiosas e cívicas. Hadden Clark era um dos quatro filhos do casal e o mais novo dos três meninos, tinha Déficit de Atenção (problemas de aprendizagem, na fala e temperamento explosivo) e foi mandado para uma escola especial. Aparentemente eles fizeram de tudo para apoiar o desenvolvimento do rapaz. Não se sabe o motivo de seu pai ter tirado sua própria vida, mas cogitaram desgosto, decepção. Hadden, o filho não compareceu ao funeral, mas anos depois visitou seu túmulo para ler alguma parte das Escrituras Sagradas.
Panfleto divulgado na época do desaparecimento de Michelle Dorr
Apenas alguns meses antes do suicídio, a polícia havia interrogado Hadden Clark, o filho mais novo, sobre o desaparecimento de Michelle Dorr, de 6 anos de idade, que desapareceu do quintal da casa de seu pai, enquanto brincava em uma piscina de plástico, em 1986. Clark morava a duas casas de distância com outro de seus irmãos, Geoffrey Clark e sua esposa e filhos. Michelle era amiguinha da sobrinha de Clark, Elizabeth, filha de Geoffrey, com quem sempre brincava e onde o pai primeiramente a procurou. Geoffrey e Clark haviam se desentendido no dia do desaparecimento da menina e Geoffrey o havia expulsado da casa por causa de comportamento indevido com crianças. A família tinha saído da casa para permitir que Clark retirasse suas coisas, coincidentemente no mesmo período do dia em que Michelle desapareceu. A criança não foi encontrada e nenhuma acusação foi registrada. Foi surpreendente o fato de Clark não ter sido considerado um suspeito imediato, dado a sua proximidade com a criança no dia em que desapareceu e seu diagnóstico de esquizofrenia paranoide. Infelizmente o pai da garota é que foi investigado como principal suspeito devido a um processo de divórcio complicado com a mãe de Michelle na época, chegando ao ponto de sofrer um surto psicótico que o levou a confessar o crime, mas, sem provas foi liberado de uma condenação.
Hadden Clark era um rosto familiar na comunidade sem-teto de Bethesda, cidade de Maryland. Aqueles que o conheciam, o descreviam como um homem excêntrico e generoso, com períodos de depressão e um desejo compulsivo de ser aceito. Ele vivia em sua caminhonete enferrujada, uma Datsun Pickup Truck, de 1983, branca, em um parque de campismo improvisado na mata.
Ele era um homem magro, musculoso, que gostava do ar livre e de atividades físicas. Tinha acumulado cerca de 40 mil dólares em dinheiro e ativos, fruto de grande parte de seus empregos temporários durante quase oito anos. Ele sabia que não tinha tato para os aspectos sociais, mas tentava ser aceito: participava de campeonatos de xadrez, de campanhas de Natal da comunidade e até frequentou os estudos bíblicos de uma Igreja Batista.
Laura Houghteling
Clark já tinha 40 anos de idade quando trabalhava como faz-tudo para a mãe de Laura Houghteling, de 23 anos de idade, em 1992, uma mulher religiosa e gentil que tinha pena do jovem excêntrico. A bondosa senhora o empregou durante dois anos, mas foi a desconfiança e o medo de Laura em relação ao rapaz que a fez decidir interromper os serviços de Clark na casa. Isso o enfureceu bastante e foi o motivo para o assassinato que se seguiu.
Foi somente muitos anos depois que Clark revelou o que aconteceu com a pequena Michelle. No início das investigações sobre o assassinato de Laura, os policiais se lembraram de já ter interrogado aquele homem em outro caso, o de Michelle, cuja casa coincidentemente ficava a pouca distância da casa onde Laura foi morta. Segundo sua confissão, ele havia consumido partes do corpo da garotinha e até se gabava de ter feito um colar de lembrança com os ossos de seus dedos. Ele foi condenado a 30 anos de prisão pelo assassinato de Michelle, 30 anos pelo assassinato de Laura, e 10 anos por várias acusações de roubo, para serem servidos consecutivamente.
Contam os registros do tribunal que, em 1985, um psiquiatra da Marinha diagnosticou Clark como sofredor de Esquizofrenia Paranoide, que se manifesta por delírios de perseguição e mania de grandeza. Ele foi dispensado do serviço militar com base nesta contatação. A Polícia de Montgomery disse que Clark agia como três pessoas diferentes quando os detetives o interrogavam: além de si mesmo, ele falava como uma mulher e como uma criança.
A personalidade feminina disse que havia enterrado "eles" em Nova Jersey, sem dizer quem ou onde, o que levou a polícia a procurar por possíveis outras vítimas em vão em torno de sua casa de infância. Segundo Clark, sua personalidade feminina era quem assassinava as pessoas e até hoje não se sabe exatamente quantas pessoas ele realmente matou.
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