Crianças Acusadas No Julgamento das Bruxas de Salém


Embora a maioria de nós saiba que o Julgamento das Bruxas de Salém foi iniciado por crianças, em Massachusetts, EUA, em outubro de 1692, pouca gente sabe que muitas crianças menores de 12 anos também foram acusados ​​da prática de bruxaria.

Pelo menos oito crianças foram acusadas, os quais tinham suas mães também entre os acusados. As provas contra as crianças eram do tipo espectral, ou seja, baseadas em acusações feitas por pessoas que supostamente foram prejudicadas por elas, e todas as oito crianças confessaram que as acusações eram verdadeiras. Alguns disseram que suas mães os tinham transformado em bruxas, mas Johanna Tyler (11 anos) e Sarah Carrier (7 anos) detalharam profundamente suas conversas com os demônios.


Sarah e Thomas Carrier tinham 7 e 10 anos de idade, respectivamente, quando foram a julgamento com a sua mãe, Martha. A mãe deles foi enforcada dentro de uma semana. Mas Sarah passou a apontar o dedo para a tia e um primo de 10 anos de idade, Margaret Toothaker e Thomas Jr., que também foram acusados.


Abigail Johnson (11 anos), veio também de uma família de bruxas: tanto sua mãe Elizabeth  como sua irmã Elizabeth foram acusadas, e ambas confessaram bruxaria. Dorothy Faulkner (10 anos) e Abigail Faulkner (8 anos) também foram condenadas juntamente com sua mãe.


Mas o caso mais incrível foi o de Dorcas Good que tinha cerca de cinco anos de idade quando foi acusada de bruxaria. Registros das acusações contra ela são anteriores aos outros em vários meses e, diferente de todas as outras crianças, foi a única acusada que não pertencia ao povoado de Andover. Dorcas também confessou ser uma bruxa, implicando sua mãe em sua confissão, dizendo que sua mãe "tinha três pássaros: um preto, um amarelo e um de outra cor e que essas aves machucavam as crianças a quem sua bruxaria se dirigia. Sua mãe, Sarah Dorcas, assim como as mães de todas as outras crianças acusadas, também era uma bruxa acusada; ela tinha sido uma das primeiras a ser acusadas e foi uma das primeiras a ser enforcada. Supostamente, a mãe de Dorcas também tinha dado a sua filha uma cobra como bichinho de estimação.


Uma bruxa em Salém era definida principalmente como alguém que fez um pacto com o diabo. Elas eram percebidas como pessoas que queriam afligir a outros indivíduos, muitas vezes com a intenção de coagi-los a também fazer uma aliança diabólica. Não se sabe porque o diabo trabalhava através dessas pessoas, mas nenhuma experiência ou conhecimento prévio era necessário para fazer alguém virar uma bruxa; assim, a noção de crianças muito pequenas, sem instrução como bruxas potentes era perfeitamente compatível com a crença puritana. Essa crença puritana sugeria que as crianças estavam entre os mais propensos a se tornarem servos do diabo, pois elas eram fáceis de influenciar e aproveitar. Em alguns casos, o meio social em que essas crianças viviam a faziam pensar que eram pecadores malignos, o que tornou possível que suas confissões fossem sinceras.


As acusações de feitiçaria realizada por crianças na crise de 1692 pode, portanto, servir para exemplificar noções puritanas das relações entre feitiçaria, religião e família. Estas ideias, por sua vez, pode ser aplicado não só para os casos de crianças, mas para o desenvolvimento de uma compreensão da crise como um todo. A linha fina entre o puritanismo ideal e bruxaria virulenta está no simples fato da ligação genética, da criação familiar, meio pelo qual famílias inteiras foram extintas em Salém em 1692.

Fonte e agradecimentos: Salem Library

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